Sem amor, eu nada seria...

Para a resenha de hoje, escolhi um romance espírita que ganhei de presente. É primeira resenha que escrevo de um livro desse tipo, pois é o meu primeiro contato também com esse tipo de literatura. E essa diferente experiência compartilho agora com vocês. Vamos conferir?

Autor: Simões, Américo

Editora: Catavento

Categoria: Espiritualismo

Edição: 1ª/2011

Idioma: Português

Número de Páginas: 318

Sinopse:

Em meio a Segunda Guerra Mundial, Viveck Shmelzer, um jovem alemão do exército nazista, apaixona-se perdidamente por Sarah Baeck, uma jovem judia, residente na Polônia. Diante da determinação nazista de exterminar todos os judeus em campos de concentração, Viveck se vê desesperado para salvar a moça do desalmado destino reservado para sua raça. Somente unindo-se a Deus é que ele encontra um modo de protegê-la, impedir que morra numa câmara de gás.

Resenha

Esse foi o primeiro livro espírita que li. Confesso que nunca tive interesse em comprar livros desse tipo; esse foi um presente e, por isso, estava ansiosa para lê-lo.

A história, ditada por Clara, se divide em duas partes e é um romance que se passa no período da Segunda Guerra Mundial. 

Na primeira parte, conhecemos a história de Viveck Shmelzer, um alemão nazista, e Sarah Baeck, uma polonesa judia. Eles se conhecem poucos dias antes de Hitler ordenar o início dos ataques aos países que ele desejava dominar. De cara, ao primeiro olhar, Viveck se apaixona perdidamente por Sarah, ainda desconhecendo sua origem judia.

Sarah, reconhecendo-o como um soldado alemão, cujo país, naquele período, já havia proibido a união entre judeus e alemães, resiste ao sentimento que a assalta, no primeiro instante em que vê Viveck.

Apesar de mais tarde descobrir a verdadeira origem da sua amada, Viveck, ainda que desapontado com sua descoberta, insiste em lutar por aquele amor, pois já se via completamente envolvido pelo sentimento que despertara por aquela judia e sabendo de todos os planos que Hitler tinha para a raça de Sarah, resolve salvá-la para que, findada a guerra, eles pudessem viver aquele amor sem medo. Para isso, encontra uma solução completamente a versa aos princípios da religião dela, no entanto a mais segura de que Sarah passaria por aquele período monstruoso sem sofrer as consequências que Hitler já havia planejado para todos aqueles que não faziam parte ou denegriam a orgulhosa raça ariana. Por isso, Sarah e seu pai, a quem Viveck quis salvar também, teriam que abandonar todo o orgulho se quisessem sair vivos desse triste período na história da humanidade. 

A segunda parte do livro é uma continuação da história, no entanto, esta se passa depois que a guerra se findou e mostra como os protagonistas, Sarah e Viveck, e os outros personagens que surgiram ao longo da narrativa se desenrolaram depois que a Alemanha se rendeu e Hitler se suicidou, dando fim ao massacre de quase cinco anos. 

O livro é emocionante e, se eu contar os detalhes de toda a história, acabaria com toda a graça das surpresas e descobertas que farão ao longo desse enredo envolvente. São muitos fatos, muitas informações e a história se desenrola ao longos de muitos anos das vidas dos personagens, por isso acabamos nos envolvendo muito na leitura com o desejo de saber o que as próximas páginas nos reservam e nos deixa curiosos a respeito de até quanto da vida dos personagens conheceremos; até aos casamentos? Até o nascimento dos filhos e crescimento destes? Até o nascimento dos netos? Até a morte dos personagens? A gente nunca sabe até onde o autor está disposto a nos envolver até chegarmos ao final da história.

Confesso que o final me surpreendeu um pouco; a princípio, negativamente, mas depois de pesquisar melhor sobre a Segunda Guerra, entendi o modo como o autor resolveu encerrar a história, deixando um final implícito.

E aqui é que vem o ponto interessante desse livro. Ele é muito informativo. Ele nos faz perceber a história da Segunda Guerra Mundial a partir de ângulos diferentes, de pessoas diferentes que viveram nessa triste período. Nos faz querer conhecer mais, mas ao mesmo tempo, o livro mesmo nos sana milhares de dúvidas que surgem sobre esse tempo durante a leitura.

Como dica para uma leitura mais proveitosa, sugiro que leiam um pouco sobre o Tribunal de Nuremberg. Pesquisando sobre a Segunda Guerra para compreender melhor o final que, a princípio, me decepcionou, como eu disse, achei esse tema e entendi o final implícito que o autor deixou (achei isso depois genial).

Caso não sejam adeptos de pesquisas e assuntos históricos, mas ainda sim não querem ser os unicos ficar boiando no final que o autor deu para o livro, deixo outra dica. Assistam ao filme O Leitor. É tudo que posso dizer (haha).

Depois de um tempo posso voltar e escrever um post explicando esse final. Mas por enquanto, quero que vocês, leitores, passem pelo prazer da curiosidade despertada e busquem suas respostas, porque sempre acreditei que os livros são muito mais que pura fantasia, mas uma construção mais prazerosa do conhecimento de todos as mais diversas áreas e assuntos.

Bem, galera, espero que tenham gostados da resenha. E não deixem de ler o livro. Garanto que é uma história envolvente. Boa leitura e até a próxima.