Conhecendo a PCSY!

Fotos retiradas das redes sociais da PCSY.

No mês de junho eu e mais duas colegas fomos ao estúdio de criação das meninas da PCSY, uma nova marca na cena gaúcha, mas que já vem conquistando os nossos corações! Nessa tarde em meio as conversas e chimarrão (servido pela fofíssima da Taís), nós (eu, Carol e Thaís) tivemos mais uma prova de que estamos no caminho certo. Sem contar que adotamos as gurias da PCSY como irmãs mais velhas, além de fofas elas nos deram muitas dicas. A entrevista realizada foi utilizada na cadeira de Introdução ao Design, do 1º semestre do curso Design de Moda na Ritter. Enfim, vamos conhecer a PCSY?

Fernanda Zimmer Seelig 

Moda sempre foi a sua maior paixão. Mas o curioso é que ela começou na faculdade de arquitetura, após um ano ela resolveu migrar para o design de produto. Após se formar em na Ritter, ela realizou diversos cursos sobre tendências e estamparia na renomada Saint Martins, em Londres, onde viveu por dois anos. Lá, também teve a oportunidade de trabalhar e conviver com diversos estilistas da cena mundial. Juntando seu amor peculiar pelas cores, viagens e boa arte, encontrou seu posto de estilista da marca.

Taís da Rocha Bortolini

Desde criança a Taís gostava muito de números, arte e esportes. Sua escolha profissional não foi fácil. Ela começou a estudando matemática na UFRGS, mas ela não se identificava com o curso que escolhera. É formada em design gráfico e pós-graduada em Arquitetura de Interiores pela Uniritter. Trabalhou como projetista de loja de modulares. E foi nessa busca do equilíbrio entre suas paixões, e de si própria, que encontrou seu posto de Diretora Financeira da PICNIC SOCIETY.

Thayanna Markus Schmaedecke 

Desde pequena experimenta fazer multimídia de arte, em conexão com seu cotidiano. Formou-se em design gráfico pela Universidade Ritter do Reis. Atualmente está cursando NBA em marketing na ESPM. A força de seu trabalho são a marca e identidade, apresentadas como formas, num design de ação. Emoções e sensações inspiram a dramaturgia de seus traços. A moda é um estar junto com as pessoas, compartilhar com tato, a vida e o trabalho. 

O sonho

O trio estudava na mesma universidade, mas elas tinham um relacionamento restrito aos fins acadêmicos. A Thayanna e a Taís eram colegas, elas conheceram a Fernanda mais tarde no Trabalho de Conclusão do Curso, pois os design de produto e gráfico fazem essa cadeira juntos. Após o termino do curso a Fernanda viajou pra Londres onde estudou tendências e estamparia na  Saint Martins. Trabalhou durante 8 meses no ateliê de uma marca francesa, paralelamente aos estudos e ao trabalho ela começou a planejar o seu sonho. Ser independente. A idéia era voltar para o Brasil, e criar um negócio ou uma marca. Eram muitos planos. Nesse meio tempo elas trocavam muitas ideias de mercado, de trabalho, como que era a experiência de morar fora do país. A Fernanda compartilhava esse desejo com as meninas.

Até que a Fe questionou as  gurias, se queriam fazer parte desse sonho. Ela precisava de uma sociedade, e não tinha ninguém que quisesse abraçar as ideias. Com a experiência da Fernanda, criatividade da Thayanna e a inteligência da Taís ela começaram a estruturar a marca, determinar o que elas queriam, foi aí que a paixão pela moda falou mais alto. Elas queriam ser empresárias, queriam fazer roupas. Reuniam uma vez por semana conversavam durante horas, e as ideias iam se encaixando. 

Adaptaram o sonho, assim o marca acabou combinado com os estilo delas. Engraçado foi  a proposta feita pela Fernanda: “vocês larguem o trabalho de vocês e vamos abrir a empresa o quanto antes”. Como foi dito pela Taís “A nossa tríade sempre foi mais profissional mesmo assim, foi ai que nós três começamos a ser profissionais. Hoje em dia temos outra relação. Eu e Ty (Thayanna) fomos amigas antes de sermos empresarias, e com a Fê (Fernanda) foi diferente. Primeiro nós fomos colegas e depois a amizade foi crescendo”. A parceria virou amizade, e agora a Picnic é uma família.

A inspiração

As meninas disseram não terem influências concretas, mas buscam inspiração do cotidiano, no ambiente moderno. Elas criam pensando no conceito da marca e nas tendências atuais, a partir das suas possibilidades de orçamentos. Elas fazem também pesquisas de mercado, para saber o que vende mais para o seu público alvo, atendendo as necessidades dos clientes. Muitas coisas surgem também da oportunidade momentânea, assim criam uma história a partir disso. Quando elas criaram a marca, pensaram na praticidade que a vida moderna pede, na versatilidade, elegância e tendência. O jeito delas pensarem, mente aberta para novas possibilidades e oportunidades, também acaba influenciando.

Os projetos

A PCSY como uma empresa nova no mercado já teve duas coleções lançadas, e uma mini produção. A primeira coleção, que foi a de lançamento da marca, teve foco na alta do verão em que a PCSY apresentou uma coleção com as candy colors. A própria Fernada Zimmer, designer criativa, afirmou que a coleção de primavera verão 2012/2013 foi se modificando ao longo do tempo, pois elas utilizaram muito das técnicas de tingimentos e dip dye.

Na segunda coleção as meninas da PCSY decidiram investir em estampas gráficas, pois na anterior elas não apareceram e as clientes pediram muito por estampas. A Thayanna Schmaedecke, designer gráfica, afirmou que a matéria prima da marca é regional e dessa forma ela e as outras designers selecionaram a dedo as estampas. A Fernanda é quem cria os modelos da PCSY, com a aprovação das sócias, ela disse em entrevista exclusiva para nós que por mais que tenha estudado modelagem é algo do qual não gosta de fazer, porém os mesmos estudos a ajudam no momento de criar as peças e ainda facilita saber o que se pode fazer com elas. Pode-se usar como exemplo o vestido "Muito Louco" da primeira coleção. Além disso, essa mesma coleção já estava mais focada no público da marca, em comparação com a anterior que possuía uma pegada mais jovem, a segunda coleção trouxe um amadurecimento das peças, afirma Fernanda.

As meninas da PCSY disseram que o primeiro ano da marca é teste em produto, pois é na prática que se nota os resultados. Taís Bortolini, designer administrativa, afirmou que inicialmente o grupo pensava em produzir em uma quantidade muito maior, porém na prática foi diferente. Elas pensaram em produzir uma coleção grande, pois é mais barato, porém a grande escala de produtos não coincidia com os limites e o conceito de exclusividade da PCSY.

Conceito e desenvolvimento

O conceito atemporal que a PCSY carrega se encaixa em várias dimensões da empresa e marca, diz Fernanda Zimmer. Primeiramente, casa com os limites de uma empresa criada recentemente. Segundo, o conceito caminha ao lado do clima e cotidiano, sendo uma peça vendável, pois não é um extremo. Terceiro, se diferencia da tendência fast fashion, pois a PCSY trabalha com peças que possam ser investidas e usadas por muito tempo sem restrições.

A Thayanna afirma que uma das vantagens de se trabalhar com uma coleção pequena é possuir um contato direto com a cliente, elas atendem no estúdio da própria marca, e dessa forma é muito mais fácil de saber o que as clientes querem e o que necessitam. A Fernanda, como foi dito, é quem cria os desenhos da coleção, mas conta com a ajuda das outras designers na busca de inspirações. Ainda perguntamos para as meninas como é a busca de inspirações, e a Fernanda afirmou que o cotidiano é a inspiração.

Como a PCSY não trabalha com temas em suas coleções, a marca se baseia em duas linhas, a casual e a cocktail. A Taís, afirmou que até mesmo a linha cocktail se misturada com a outra pode adquirir um ar mais casual. A Fernanda ainda acrescentou, que a marca foi muito procurada no período de formaturas, pois as peças não possuem bordados ou algo do gênero que deixem o visual muito carregado.

Para o desenvolvimento das coleções as meninas da PCSY procuraram desde o início fazer diversas parcerias, podemos conferir tal fato nos teasers e vídeos das coleções. Parte em que uma linguagem diferente é trabalhada, no estilo nonsense. Além disso, as meninas afirmaram que é preciso fazer contato e que as parcerias aconteceram dessa forma. A Thayanna acrescentou que é uma troca mutua, e além delas muitas das outras parceiras também estavam no início de carreira.

Podemos também citar a participação da PCSY em bazares elaborados por elas mesmas e também em parcerias com outras marcas. As meninas afirmam que esse tipo de evento entre parcerias gera uma relação com uma troca bacana do contrário que se pensa, pois elas não enxergam como concorrência.

Curiosidades

❤ As integrantes da PCSY se conheceram no ambiente acadêmico e, do contrário que se possa imaginar não eram amigas, esse laço foi criado posteriormente pelas três. A Thayanna e a Taís são formadas em Design Gráfico, sendo que a segunda chegou a cursar Matemática. Já a Fernanda trocou Arquitetura por Design de Produto. O trio além de cuidarem da marca, realizam palestras no meio acadêmico e também participam de algumas.

❤ O abacaxi é a coroa e o símbolo da PCSY, a Taís havia citado que antes de elegerem o abacaxi haviam pensado em uma pera como símbolo da marca. Porém, quando surgiu a ideia do abacaxi encaixou perfeitamente com a ideia da PCSY, devido a tal coroa. Além disso, o abacaxi é cara da marca, por ela ser espontânea, orgânica e possuir capacidade de mudar...

❤ As três meninas conversaram com a nossa equipe durante uma tarde, foram receptivas e muitos gentis. No final da conversa cada uma das meninas deram dicas para os estudantes que estão procurando entrar no ramo ou até mesmo encontrar a área certa. Confira abaixo:

A Thayanna disse para ter não ter pressa em se formar e nesse mesmo período buscar colocar em prática tudo aquilo que está se aprendendo. Fazer contatos e relacionar-se com outras pessoas do meio é muito válido, segundo ela. Além disso, é de extrema importância experimentar e não ter vergonha, pois é melhor fazer antes que esteja formada. E enquanto estiver no meio acadêmico procurar se dedicar, lidar como algo sério e fazer os trabalhos bem feitos. Dá dica por experiência, diz ter sentindo falta de estudar metodologia, e que para ela é de grande importância. E por último falou de investir em projetos pessoais na criação de portfólio.

 A Taís disse que é muito importante montar uma agenda de contatos, pois nunca se sabe do que se vai precisar futuramente. Assim como a Thayanna, deu a dica de testarmos todas as nossas habilidades e até testar aquilo do qual não gostamos. E para finalizar afirmou que ser organizar ajuda muito e, saber "vender o seu peixe" é essencial.

A Fernanda como as demais meninas afirmou que é um bom caminho fazer um pouco de tudo, ela mesma é a prova viva, pois passou por diversas áreas não só da moda, mas também no meio cultural. Ela disse para não perder a oportunidade, mesmo que nunca tenhamos feito aquilo e em consequência gerar contato. E ainda afirmou para não termos medo de fazer algo, pois se não der certo pelo menos podemos gerar algo bom daquela experiência. 

Texto elaborado por: Anry Kiriyama Leal, Carolina Guimarães De Medeiros, Luiz Massamiti Kuamoto, Thaís Ribeiro Machado e Wendyel Manganelli Borin.